Milhares de profissionais das escolas estaduais decidiram há pouco em assembléia no Clube Municipal, na Tijuca (foto), continuar a greve da categoria. A greve começou dia 7 de junho e até hoje o governo não fez uma contraproposta às principais reivindicações da categoria, que são: reajuste emergencial de 26%; incorporação imediata da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015); descongelamento do Plano de Carreira dos Funcionários Administrativos.
A categoria vai realizar panfletagens e atos em todo o estado e na capital; na quarta, dia 22, o Sepe realiza uma vigília em frente à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), a partir das 14h. Neste dia, o secretário Sergio Ruy irá receber uma comissão do sindicato e parlamentares. Ainda na quarta-feira, a partir das 18h, os profissionais de educação realizam um ato-show na Praça XV, Centro do Rio, que terá o nome: “SOS Educação”.
No domingo, dia 26, a educação estadual, bombeiros e diversas outras categorias de servidores realizam caminhada no Aterro do Flamengo, com concentração em frente ao Castelinho do Flamengo, às 10h (professores e funcionários vestirão preto). A próxima assembleia será dia 29 (quarta), às 14h, também no Clube Municipal.
No dia 28, a 3ª Vara da Justiça da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio irá analisar o pedido de liminar do Sepe contra o corte do ponto dos profissionais de educação do estado. Todas as partes foram convocadas para a audiência, incluindo o sindicato, governo do estado e Ministério Público. Neste dia, os profissionais de educação vão realizar uma passeata da Candelária até o Fórum, a partir das 12h – a categoria pretende abraçar o TJ, representando a esperança que a Justiça reconheça a justeza da greve.
No dia 9, a partir de iniciativa do sindicato, ocorreu uma audiência com o secretário estadual de Educação Wilson Risolia. Ele informou, no entanto, que somente no segundo semestre é que o governo poderá falar alguma coisa sobre reajuste salarial. Para o Sepe, o governo vem tratando com descaso todos os pleitos salariais desde o início do primeiro mandato do governador Sérgio Cabral, em 2007.
Resumo Calendário:
Assembléia de segunda (dia 20/6) votou pela continuidade da greve no estado!
Dia 21 - Atos descentralizados nos municípios. Em Caxias, reunião
comando de greve às 9 horas. A tarde panfletagem no sinal da Praça do
Pacificador, em frente ao Mc Donalds
Dia 22 - Carreata da Baixada Fluminense (roteiro será organizado no dia 21) até o Centro do Rio de Janeiro. Encontro às 14 horas na Cinelândia, saída em direção a SEPLAG para fazer vigília enquanto o SEPE será recebido em audiência pelo secretário Sergio Rui.
Dia 26 - Passeata em apoio aos bombeiros no aterro do Flamengo. 10 horas em frente ao Castelinho, Flamengo.
Dia 27 - Twitaço - Acessar site do SEPE para confirmar endereço eletrônico. Assembléias locais. Confirmar com SEPE Caxias local e hora.
Dia 28 - Passeata da Candelária até o Fórum para acompanhar audiência de conciliação (15 horas). Concentração a partir das 13 horas.
Dia 29 - Assembléia geral
Pequeno relatório:
Estamos vivendo um grande momento na face do planeta; revoluções estouram por todos os cantos; greves sistemáticas vêm acontecendo; são tempos de mudanças não só de mentalidades, mas de práticas!
No Rio de Janeiro já perdemos a noção de quantos municípios estão em greve na educação e/ou na saúde. A educação estadual não está em greve sozinha, mais de dez estados da federação estão também em greve! Citando alguns exemplos, estão Minas Gerais, Alagoas, Santa Catarina, Amapá e Rio Grande do Norte. Outros setores do funcionalismo público estão se unindo e o caminho é uma greve estadual unificada e geral, caminhando para uma greve nacional, já que o governo federal tem mantido suas iniciativas de precarização e privatização da educação pública. Os bombeiros já estão se preparando para irem para o Congresso Nacional lutar por sua dignidade e pela anistia. Enquanto isso, Cabral tira licença e vai pra Bahia. Há dois anos atrás, ele estava na França, enquanto a Tropo de Choque batia em profissionais de educação em greve em manifestação tranqüila na ALERJ, pelo Centro do Rio. O PIG (Partido da Imprensa Golpista) ameniza ou simplesmente ignora todos os movimentos sociais que vêm acontecendo, quando não nos criminaliza e nos trata como bandidos.
Em Natal, estudantes, com apoio da população, ocuparam a Câmara Municipal exigindo impeachment da prefeita, suspeita de superfaturamento. Em Belo Horizonte, operários da construção civil pararam as obras por aumento de salários e condições de trabalho. Profissionais da educação e servidores das universidades estão em greve de norte a sul do país. Os profissionais da saúde e educação do Amapá também estão em greve.
Os servidores da FAETEC estão em estado de greve, os da saúde estão se mobilizando e participando. Servidores da UFRJ, UniRio, UFF também permanecem em greve.
O governador oferece míseros 5% de aumento aos bombeiros com o argumento da “responsabilidade com equilíbrio das contas públicas”, justificando que seria um gasto muito elevado. O governo esqueceu esta suposta respnsabilidade quando entre 2007 e 2010 concedeu mis de 50 bilhões em isenção fiscal, sem contar com as isenções de impostos concedidas recentemente ao MetroRio, Barcas AS e à Supervia, que prestam um péssimo serviço à população. A educação do estado é considerada uma das piores do país, a saúde agoniza e os planos de segurança pública tão alardeados já se mostram ineficientes no atendimento das necessidades da população POBRE. Enquanto isso, a presidente Dilma favorece grandes empresários, banqueiros e corruptos, trabalhadores de diversas categorias sofrem com a inflação, as perdas salariais e a retirada de direitos.
A unidade das lutas amplia as possibilidades de vitória das categorias. As demandas dos trabalhadores são as mesmas, por isso é uma necessidade construir um dia nacional de paralização para exigir aumento salarial. No Rio de Janeiro, isso é um passo urgente!
E você, estudante ou profissional de educação? Cadê você nesta luta? Ainda está indo à escola? Precisamos de todas as pessoas conscientes neste momento!!! As direções de escolas estão vendidas e não há mais motivo para esperar mudanças – temos que lutar!
CARTA ABERTA À POPULAÇÃO
Baixos salários e más condições de trabalho levaram profissionais de educação à greve!
Piso do professor: R$ 610,00 Piso de funcionário: R$ 433,00
O governo estadual é o responsável pelo descumprimento do direito de todo cidadão a uma educação de qualidade, pública e gratuita:
- só em 2011, 2.376 professores saíram da rede;
- temos que ter turmas com menos de 35 estudantes;
- temos que diminuir da carga horária de aulas;
- penúltimo lugar no IDEB;
- faltam professores, serventes, merendeiras e inspetores;
- escolas sucateadas precisando de reforma urgente, sem quadra, biblioteca, laboratório, informática etc.;
- reajuste emergencial de 26%, equivalente ao aumento de arrecadação do estado;
- incorporação imediata e total do Nova Escola;
- reformas urgentes nas escolas;
- regulamentação dos animadores culturais;
- descongelamento do plano de carreira dos funcionários;
- eleição direta para diretores e coordenadores; concurso público para professores e funcionários;
- paridade para aposentados;
- revitalização do IASERJ
"Quem não se movimenta não sente as correntes que o aprisionam" (Rosa Luxemburgo)