Ao ser perfilado pela revista Piauí de julho último, Ricardo Teixeira, o chefão da CBF, gabava-se indiretamente de ser um homem de negócios muito mais que um homem de futebol. De fato, ele pouco se importa com o esporte, e isso mais uma vez ficou claro na divulgação do calendário da Copa do Mundo 2014, sob responsabilidade dele e do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke.
A lista de jogos e cidades-sedes criadas pela dupla após 57 versões mostra que o Brasil só vai jogar no Maracanã caso chegue à final. Se não chegar, o novo mundial brasileiro não terá o país-sede, também conhecido como o país do futebol, jogando no templo máximo do futebol nacional.
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Não preciso nem dizer que a hipótese de uma Copa na Inglaterra não ter os ingleses jogando ao menos uma partida em Wembley faria os locais gargalhar. O mesmo valeria, por exemplo, para um Mundial uruguaio sem que a Celeste jogasse no Estádio Centenário, ou uma Copa alemã deixando a cidade de Munique de fora do calendário da tricampeã mundial.
Maracanã, Centenário e Wembley são alguns dos cinco ou seis Vaticanos do futebol, com participações decisivas em grandes momentos históricos da modalidade.
Outro ponto relevante do calendário da Copa é a estranha predileção por Brasília que, ao lado do Rio de Janeiro, será a cidade que mais vezes sediará um jogo da Copa 2014: sete no total, entre as quais a decisão de terceiro e quarto lugares.
Brasília é uma cidade periférica no futebol brasileiro. Entre as cidades que estão no Mundial, só tem mais tradição futebolística que Cuiabá e Manaus.
É bom lembrar que a capital federal já foi palco de um escândalo recente envolvendo Ricardo Teixeira através de um amistoso disputado entre Brasil e Portugal no estádio do Gama, em Brasília, em 2008. Ele é suspeito de ter embolsado 9 milhões de reais de dinheiro público que teria como destino a organização do jogo.
Ricardo Teixeira tem ligações com Vanessa Almeida Preste, acionista da empresa Ailanto Marketing, que, sem qualquer tipo de experiência em organização esportiva, foi nomeada para promover o amistoso da seleção contra Portugal. O Distrito Federal, então governado pelo demista José Roberto Arruda, pagou 9 milhões de reais para a organização do jogo, o que chegou a ser classificado como "aberração" pelo Ministério Público.
Como se vê, quando trata de futebol, tudo leva a crer que Ricardo Teixeira pensa muito mais em negócios que no esporte em si. Pena que o futebol seja muito mais que isso.
http://br.noticias.yahoo.com/blogs/de-olho-na-copa/tabela-da-copa-brasil-fora-maracan%C3%A3-%C3%A9-ultraje-151344495.html
Casou, mas não sarou
Há 4 anos
A saída de Arruda foi um golpe de estado, o governo de arruda fazia 2000 obras, o atual não consegue fazer nada.
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